Ex-presidente dos EUA sugere que apoio financeiro e militar pode depender do acesso a minerais estratégicos essenciais para a indústria de tecnologia e defesa.
O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à presidência, Donald Trump, indicou que um eventual novo governo seu poderia condicionar a ajuda à Ucrânia à concessão de direitos sobre terras raras — minerais estratégicos essenciais para a fabricação de eletrônicos, equipamentos militares e tecnologias renováveis.
A declaração gera repercussão tanto no cenário geopolítico quanto no econômico, já que a Ucrânia possui reservas significativas desses materiais, que são altamente demandados por indústrias de ponta. O posicionamento de Trump levanta questões sobre como sua política externa impactaria as relações entre os dois países e o equilíbrio global no mercado de minerais críticos.
O que são terras raras e por que são estratégicas?
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos fundamentais para a fabricação de semicondutores, baterias, turbinas eólicas, ímãs de alta performance, entre outros. São insumos essenciais para setores como tecnologia, telecomunicações, defesa e energia limpa.
Atualmente, a China domina a produção e o refino desses materiais, controlando cerca de 60% da oferta global. Esse domínio preocupa os Estados Unidos e seus aliados, que buscam alternativas para reduzir a dependência chinesa e fortalecer cadeias de suprimentos estratégicas.
A Ucrânia, embora não seja uma grande produtora no momento, possui depósitos significativos de terras raras em seu território. Isso a torna um potencial parceiro valioso para os EUA, caso um acordo comercial ou estratégico seja firmado.
O impacto da proposta na geopolítica e na economia
Caso Trump seja eleito e leve adiante essa proposta, a Ucrânia pode se ver em uma posição delicada. O país depende fortemente da ajuda militar e econômica dos EUA para resistir à guerra contra a Rússia, e condicionar esse suporte a concessões sobre minerais críticos poderia gerar tensões diplomáticas.
Além disso, a movimentação dos EUA para garantir acesso a terras raras ucranianas poderia aumentar a pressão sobre a China, que há anos utiliza sua posição dominante nesse mercado como ferramenta de influência política e econômica. A medida também poderia incentivar investimentos ocidentais na extração e refino desses minerais na Ucrânia, impulsionando sua economia, mas ao custo de uma maior dependência dos interesses norte-americanos.
O que esperar daqui para frente?
A relação entre os Estados Unidos e a Ucrânia deve continuar sendo um tema central na política externa americana, especialmente se Trump for reeleito. A proposta de condicionar ajuda à concessão de direitos sobre terras raras pode ser vista como uma estratégia pragmática para fortalecer a indústria americana, mas também pode ser criticada por transformar o apoio militar em uma negociação comercial.
Por enquanto, Kiev acompanha de perto as declarações e movimentações políticas dos EUA, avaliando como essas decisões podem afetar o futuro do país e sua reconstrução pós-guerra.
