No ambiente corporativo, tomar responsabilidades que não são suas pode ser um erro estratégico
É comum em muitas organizações a busca pela proatividade, um comportamento valorizado por gestores. No entanto, essa atitude, se não for bem planejada, pode acabar se tornando uma armadilha, onde você assume responsabilidades que não são suas, se sobrecarrega e acaba sendo explorado sem o devido reconhecimento. Enquanto isso, colegas menos comprometidos, mas mais estratégicos, se beneficiam da situação, levando o crédito pelo trabalho e ganhando elogios do chefe. A verdadeira proatividade é aquela que contribui para o sucesso da equipe, sem prejudicar seu próprio desenvolvimento e bem-estar.
1. O conceito de proatividade mal interpretado
Ser proativo não significa assumir qualquer tarefa que aparece ou que outros evitam. Muitas vezes, a verdadeira proatividade está em identificar problemas, apresentar soluções e se envolver em projetos relevantes para o seu desenvolvimento e para a empresa, não apenas assumir responsabilidades de outras pessoas. Ao assumir funções além do seu escopo, você corre o risco de ser visto como uma “válvula de escape” para tarefas difíceis, enquanto outros ganham os créditos.
2. O ciclo de exploração de tarefas
Em muitas equipes, as pessoas mais comprometidas acabam se tornando os “bodes expiatórios”, assumindo tarefas que não são suas para não deixar a equipe ou a empresa na mão. No entanto, isso pode ser explorado por colegas menos comprometidos, que, ao transferir suas responsabilidades para os outros, continuam a ser elogiados e promovidos. Esse ciclo de exploração pode levar ao esgotamento e a uma percepção equivocada da sua capacidade pelos líderes.
3. Gestão de expectativas e escopo de trabalho
Profissionais devem aprender a estabelecer limites claros em relação ao seu escopo de trabalho. Ao aceitar tarefas extras que não são de sua responsabilidade, você pode comprometer a qualidade do seu trabalho e até prejudicar o andamento das atividades que realmente deveriam ser sua prioridade. Saber dizer “não” de forma assertiva e negociar o que está dentro das suas funções é uma habilidade essencial para proteger sua produtividade e seu bem-estar.
4. Como se destacar sem cair na armadilha de tarefas alheias
Para ser realmente proativo, a chave é buscar oportunidades de se envolver em projetos desafiadores e de alto impacto, não apenas realizar tarefas triviais ou que outros evitam. Algumas estratégias incluem:
-
Proponha soluções, não apenas assuma problemas: ao invés de aceitar responsabilidades extras sem reconhecimento, sugira maneiras de otimizar processos ou melhorar o fluxo de trabalho.
-
Desenvolva suas habilidades estratégicas: invista em aprimorar competências que tragam valor para a empresa, como gestão de projetos ou liderança de equipe.
-
Busque visibilidade e reconhecimento: compartilhe suas conquistas com seus gestores, mostrando como sua contribuição fez a diferença, sem esperar que outros levem o crédito pelo seu trabalho.
5. A importância de uma liderança que distribua responsabilidades de forma justa
A gestão eficaz deve garantir que os membros da equipe assumam responsabilidades de forma equilibrada e justa. Um líder que reconhece as habilidades e limitações de sua equipe pode evitar que funcionários sejam sobrecarregados com tarefas que não são de sua responsabilidade. Quando a carga de trabalho é bem distribuída, todos têm a chance de crescer e contribuir de maneira significativa, sem se tornar reféns das tarefas alheias.
Proatividade é importante, mas sem perder o controle sobre seu trabalho
Ser proativo é um diferencial importante no ambiente corporativo, mas é fundamental saber quando assumir tarefas e quando delegar ou dizer “não”. Assumir responsabilidades que não são suas, sem o devido reconhecimento ou recompensas, pode ser um erro estratégico que prejudica seu crescimento e sua produtividade. A verdadeira proatividade é aquela que contribui para o sucesso da empresa, sem que você seja explorado ou sobrecarregado.