Investigação aponta que agentes exigiam pagamentos para permitir atividades de trabalhadores informais no polo comercial de São Paulo. Caso está sob sigilo.
A Promotoria de São Paulo investiga policiais militares e civis suspeitos de extorquir ambulantes no Brás, conhecido polo comercial da capital paulista. Segundo o Ministério Público (MP), há indícios de que agentes exigiam pagamentos periódicos para permitir a continuidade das atividades dos trabalhadores informais na região.
A denúncia aponta que os policiais cobravam valores em dinheiro sob ameaça de apreensão de mercadorias ou aplicação de penalidades administrativas. A prática teria como alvo ambulantes que atuam em meio ao intenso comércio do bairro, especialmente na época de festas de fim de ano, quando o fluxo de compradores aumenta significativamente.
A investigação foi iniciada após relatos de vítimas que detalharam a ação dos suspeitos. Segundo o MP, o esquema envolvia a criação de um ambiente de intimidação e chantagem, dificultando o trabalho dos comerciantes informais e comprometendo a legalidade nas relações comerciais.
O caso levanta questões sobre o impacto dessas práticas na economia informal do Brás, onde o comércio ambulante é parte fundamental do ecossistema empresarial. O MP destacou que a conduta investigada viola princípios éticos e legais, além de prejudicar a livre concorrência e os direitos dos trabalhadores.
Os policiais supostamente envolvidos ainda não se manifestaram. As corporações afirmaram que irão colaborar com as apurações e, se confirmadas as irregularidades, os agentes serão responsabilizados. O MP mantém as investigações sob sigilo para preservar as vítimas e reunir mais provas.
