PGR se opõe à viagem de Bolsonaro aos EUA para posse de Trump
O vice-procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se nesta quarta-feira (15) contra o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para viajar aos Estados Unidos. O motivo seria a participação na possível posse de Donald Trump, caso este vença as eleições. Para Gonet, a solicitação “não revela necessidade básica, urgente e indeclinável” que justifique a saída do país.
A manifestação da PGR ocorre em meio a restrições impostas ao ex-presidente por investigações que envolvem sua conduta durante o mandato. A Justiça tem mantido Bolsonaro sob vigilância, especialmente após as denúncias relacionadas aos atos de 8 de janeiro e à gestão de bens públicos.
Do ponto de vista administrativo, a decisão de permitir ou não a viagem levanta questões sobre o equilíbrio entre a liberdade individual e as limitações impostas por processos judiciais. “A concessão de autorização para viagens deve observar a relevância do motivo, além de garantir que não prejudique investigações em andamento”, explicou um professor de direito administrativo da FGV.
A análise também aponta possíveis impactos econômicos e diplomáticos. Críticos argumentam que a viagem pode ser interpretada como descompromisso com as investigações no Brasil, afetando a percepção internacional sobre a estabilidade institucional do país.
A decisão final caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deve avaliar o pedido nos próximos dias.