Presidente critica gestão de Campos Neto e “loucuras” internacionais que encarecem produtos básicos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a condução da política monetária no Brasil e atribuiu a alta dos preços dos alimentos a fatores internos e externos. Segundo ele, a gestão do Banco Central nos últimos anos criou uma “arapuca” econômica, dificultando o controle da inflação e pressionando o custo de vida da população. Além disso, ele apontou que medidas adotadas pelos Estados Unidos impactam diretamente a valorização do dólar, tornando os produtos mais caros no Brasil.
Juros altos e impacto no custo de vida
Lula destacou que a taxa de juros elevada nos últimos anos travou o crescimento da economia e dificultou investimentos que poderiam reduzir os preços ao consumidor. Ele argumentou que, enquanto países desenvolvidos ajustam suas políticas para estimular o consumo, o Brasil permaneceu preso a uma estratégia que, segundo ele, beneficiava apenas o mercado financeiro.
A valorização do dólar frente ao real também foi citada como um fator determinante para o aumento dos preços. Com a moeda americana em alta, o custo de importação de insumos agrícolas e combustíveis cresce, pressionando toda a cadeia produtiva. O presidente ressaltou que essa valorização tem relação direta com instabilidades internacionais, que, segundo ele, são reflexo de “loucuras feitas pelos Estados Unidos” e afetam diretamente economias emergentes como a brasileira.
Sugestão de boicote e alternativas para conter a inflação
Lula também sugeriu que a população adote medidas para pressionar os preços para baixo. Segundo ele, consumidores devem evitar comprar produtos que considerem muito caros, forçando os comerciantes a reduzirem os valores para evitar prejuízos. Essa estratégia, segundo o presidente, poderia ajudar a equilibrar o mercado sem necessidade de medidas drásticas do governo.
Além disso, o governo trabalha em alternativas para controlar a inflação dos alimentos. Entre as medidas estudadas estão a ampliação de estoques reguladores, incentivos à produção agrícola e maior fiscalização para evitar abusos nos preços praticados por supermercados e distribuidores.
Desafios para os próximos meses
A alta no preço dos alimentos tem sido uma das maiores preocupações do governo, especialmente diante do impacto sobre as famílias de menor renda. O presidente reforçou que seu objetivo é garantir um equilíbrio econômico que permita a valorização dos salários sem que isso se traduza em aumentos de preços.
Especialistas apontam que a recuperação econômica dependerá de um alinhamento entre governo e setor produtivo para garantir estabilidade cambial, redução de custos na cadeia de abastecimento e políticas que incentivem o crescimento sem pressionar a inflação. A expectativa é que nos próximos meses novas medidas sejam anunciadas para enfrentar o problema e garantir o poder de compra da população.
