Sessão de vendas massivas impacta empresas de diversos setores, com destaque para tecnologia e varejo.
A Bolsa de Valores brasileira registrou nesta terça-feira (19) uma liquidação generalizada que reduziu em R$ 173 bilhões o valor de mercado das empresas listadas. O movimento de vendas massivas foi impulsionado por fatores internos e externos, como a alta nos juros globais e incertezas fiscais no país, que intensificaram a aversão ao risco entre investidores.
Entre os setores mais afetados, destacaram-se tecnologia, varejo e construção civil. Empresas como Magazine Luiza e Via registraram quedas superiores a 10%, refletindo o impacto do aumento dos custos financeiros e da retração no consumo. O setor bancário também sofreu perdas significativas, embora em menor escala.
“Os investidores estão precificando um cenário de maior risco para os próximos meses, tanto por questões internas quanto pela expectativa de juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos”, avaliou Laura Martins, analista de mercado.
No cenário internacional, a sinalização do Federal Reserve (banco central americano) sobre a continuidade da política monetária restritiva afetou mercados emergentes, incluindo o Brasil. No âmbito doméstico, a falta de avanços em medidas fiscais e a desvalorização do real contribuíram para o pessimismo.
O índice Ibovespa, principal referência da Bolsa brasileira, caiu 3,2%, encerrando o dia aos 108.750 pontos. Foi o pior desempenho desde agosto, com volume financeiro acima da média.
Especialistas alertam que o cenário pode se manter volátil nos próximos dias, enquanto investidores aguardam novidades sobre o arcabouço fiscal e dados econômicos que possam indicar uma estabilização nos mercados.
