Nos últimos 12 meses, a carne acumula inflação de 15,43%, o maior índice desde 2021, desafiando consumidores e gestores a adaptarem estratégias de custo e oferta.
Nos últimos 12 meses, a carne tem sido um dos produtos que mais registraram aumentos de preços no Brasil, acumulando uma inflação de 15,43%, o maior índice desde 2021. Esse cenário reflete uma série de fatores econômicos e globais que têm pressionado o setor de proteínas animais, impactando diretamente o bolso do consumidor e desafiando gestores em diferentes segmentos da cadeia produtiva.
Fatores que influenciam o aumento dos preços da carne
Um dos principais fatores responsáveis pelo aumento nos preços da carne é o elevado custo dos insumos utilizados na produção. Dentre eles, a ração animal tem sofrido aumentos significativos devido à alta dos preços dos grãos, como o milho e a soja. O encarecimento desses produtos decorre de fatores como a escassez provocada por adversidades climáticas – como secas prolongadas –, que diminuem a produtividade das lavouras.
Além disso, o custo da energia e a inflação generalizada nos insumos agrícolas também pressionam os preços da carne. O aumento dos custos com a produção animal, como a manutenção de rebanhos e a infraestrutura necessária para o manejo das atividades, também impactam diretamente os preços finais.
Outro fator relevante é a demanda crescente por proteínas animais em mercados emergentes, especialmente na Ásia e na América Latina, o que eleva a competição e a pressão sobre a oferta global de carne. Este fenômeno contribui para a valorização da carne, uma vez que países com maior poder econômico podem garantir maior acesso a estoques de carnes, afastando produtos do mercado interno.
Impactos no consumo e gestão
O aumento nos preços da carne não afeta apenas os consumidores, mas também coloca desafios significativos para gestores em diversos setores, como varejo, alimentação e indústria. Diante dessa pressão inflacionária, a gestão das empresas precisa se adaptar a novas realidades, buscando soluções que minimizem os impactos.
Uma alternativa encontrada por muitos gestores é a busca por fornecedores com menor custo, a renegociação com fornecedores e a busca por alternativas para mitigar a alta dos preços. Isso pode incluir a utilização de cortes alternativos, com maior foco na carne de frango ou suína, que apresentaram aumentos menores ou mais estáveis em relação à carne bovina.
Além disso, é fundamental que gestores desenvolvam estratégias para ajustar preços e repassar os aumentos de maneira controlada, sem comprometer a competitividade e a margem de lucro. A gestão eficiente dos estoques e a utilização de tecnologias que permitem maior controle da cadeia produtiva também são fundamentais para enfrentar esse cenário inflacionário.
Expectativas futuras
Com as incertezas que ainda cercam o mercado global de proteínas, a expectativa é que a volatilidade nos preços da carne continue, especialmente em cenários de instabilidade econômica e climática. A gestão eficiente, com foco na redução de custos e na busca por alternativas de fornecimento, será crucial para os gestores se adaptarem a essa nova realidade e minimizar os impactos em suas operações.
O cenário atual reforça a importância de estratégias proativas, com foco em inovação e flexibilidade, para garantir a sustentabilidade dos negócios em um ambiente econômico cada vez mais desafiador.