Medida busca reduzir preços e aliviar impacto sobre os consumidores.
O governo federal anunciou a autorização do imposto de importação para dez alimentos básicos em uma tentativa de conter a alta dos preços e reduzir a pressão inflacionária. A medida, que passa a valer imediatamente, inclui itens como arroz, feijão, leite em pó, trigo e carne de frango.
A decisão foi tomada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) e tem validade temporária. O objetivo é aumentar a oferta desses produtos no mercado interno e evitar repasses de custos ao consumidor.
Itens beneficiados e impactados esperados
Além dos produtos já citados, a isenção também abrange óleo de soja, milho, café, açúcar e algumas cortes de carne bovina. A escolha levou em conta alimentos de forte impacto no orçamento das famílias, especialmente de baixa renda.
Os economistas avaliam que a redução de impostos pode ajudar a aliviar os preços, mas alertam que outros fatores, como a cotação do dólar e os custos logísticos, também influenciam os valores finais ao consumidor. “Se a oferta aumentar e o câmbio se mantiver estável, podemos ver uma queda de preços no curto prazo”, explica o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Inflação e desafios
A medida ocorre em um momento de preocupação com a inflação dos alimentos, que vem pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o grupo de alimentação e bebidas teve alta significativa, puxada pelo aumento do arroz e da carne.
Apesar da isenção do imposto de importação, especialistas alertam que a eficácia da medida dependerá da resposta do mercado e da oferta internacional dos produtos. Além disso, os produtores nacionais podem ser afetados pela concorrência com itens importados mais baratos.
O governo segue monitorando os preços e não descarta novas ações para conter a inflação, caso os impactos da desoneração não sejam suficientes.
