Concessionária adota cobrança para entrada na vila turística, gerando polêmica sobre sustentabilidade e gestão pública.
A implementação de um “pedágio” para acessar a Vila de Jericoacoara, no Ceará, gerou indignação entre turistas, moradores e empresários locais. A medida, administrada por uma concessionária contratada para a gestão da região, visa arrecadar recursos para manutenção da infraestrutura e preservação ambiental. No entanto, a falta de transparência e o impacto no turismo têm sido alvos de críticas.
O pedágio, chamado de “Taxa de Preservação Ambiental”, é justificado pela necessidade de controlar o fluxo de visitantes e financiar a conservação do destino, que é um dos mais procurados do Brasil. A gestão da concessionária incluiu a instalação de barreiras e a cobrança de valores fixos para veículos que entram na vila.
Moradores locais argumentam que a cobrança prejudica a economia da região ao dificultar o acesso de pequenos comerciantes e visitantes de baixa renda. “A gestão deveria buscar soluções menos onerosas e mais participativas”, disse um representante da associação de moradores.
Especialistas em gestão de destinos turísticos apontam que, embora taxas ambientais sejam práticas comuns em locais de grande apelo ecológico, a falta de diálogo e clareza no uso dos recursos arrecadados pode comprometer a credibilidade da iniciativa. “Um modelo sustentável exige transparência e envolvimento da comunidade”, afirmou um analista de políticas públicas.
A concessionária defende a medida como essencial para garantir a conservação da vila, mas a reação negativa gerou mobilizações e protestos, com moradores pressionando autoridades locais por mudanças no modelo de gestão.