Combinadas, as duas companhias podem dominar 60% do mercado nacional de aviação civil, exigindo medidas regulatórias específicas, segundo CEO da Latam.
No dia 15 de janeiro, as companhias aéreas Gol e Azul assinaram um memorando de entendimento para fundir suas operações, criando uma potência no setor aéreo brasileiro. Juntas, elas podem alcançar uma participação de mercado de até 60% na aviação civil nacional, o que gerou preocupações sobre possíveis impactos concorrenciais e sobre o controle do mercado.
Em entrevista recente, o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, destacou que a fusão entre Gol e Azul precisa ser analisada de maneira detalhada, “cidade a cidade”. Essa abordagem é necessária para avaliar o impacto da união das duas empresas em rotas específicas e garantir que a competição não seja prejudicada em áreas chave. Cadier também enfatizou que, caso a fusão seja aprovada, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá propor “remédios” regulatórios para mitigar potenciais efeitos negativos na concorrência.
A possível fusão entre Gol e Azul levanta questões sobre o futuro do mercado aéreo brasileiro, especialmente porque, juntas, elas detêm uma fatia significativa das operações no país. A fusão pode resultar em uma diminuição de opções para os consumidores, além de possíveis aumentos de preços, dependendo das condições do mercado pós-fusão. A redução da concorrência pode afetar tanto a oferta de voos quanto os preços das passagens, algo que o Cade precisará considerar com cautela.
Por outro lado, a fusão também pode resultar em ganhos de eficiência e redução de custos operacionais para as duas empresas, o que poderia se refletir em melhores serviços e mais rotas em algumas regiões. No entanto, para que isso aconteça, será crucial que o Cade imponha medidas de compensação, conhecidas como “remédios”, como a venda de ativos ou a manutenção de certas rotas operacionais de forma independente.
O impacto dessa fusão no setor aéreo brasileiro será significativo, e os reguladores terão um papel crucial em garantir que o equilíbrio entre a criação de um gigante competitivo e a preservação da concorrência seja mantido. A análise detalhada cidade por cidade, como sugerido pelo CEO da Latam, será fundamental para um exame completo dos efeitos da fusão, garantindo que ela não prejudique a liberdade de escolha dos consumidores e a competitividade no mercado.
