Denúncias de extorsão colocam em xeque a transparência dos trabalhos e desviam o foco das investigações sobre manipulações no mercado esportivo.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga manipulações no mercado de apostas esportivas enfrenta acusações graves de extorsão e propina, lançando dúvidas sobre sua gestão e transparência. As denúncias, feitas por empresários do setor, apontam para pedidos indevidos de vantagens financeiras em troca de proteção ou suavização em depoimentos.
A crise ameaça o objetivo inicial da CPI, que era apurar fraudes e irregularidades em competições esportivas. Especialistas em governança pública destacam que episódios como esse enfraquecem a confiança na capacidade de gestão ética das comissões parlamentares e desviam o foco das investigações.
Lideranças da CPI negaram as acusações e prometeram uma auditoria interna para garantir a integridade dos trabalhos. Contudo, a necessidade de maior controle interno e a adoção de mecanismos de compliance (sistemas que garantem a conformidade com normas e práticas éticas) já são exigências debatidas no Congresso.
A opinião pública também pressiona por respostas rápidas, temendo que os escândalos prejudiquem a regulação de um mercado que movimenta bilhões de reais e carece de uma estrutura legal robusta. Transparência e boa gestão passam a ser centrais para que a CPI recupere sua credibilidade e cumpra sua missão.