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Dia da Consciência Negra: feriado nacional estreia em meio a celebrações e polêmicas

Da Redação

O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira, 20 de novembro, é pela primeira vez um feriado nacional no Brasil. A decisão, sancionada neste ano, é um marco no reconhecimento da luta histórica da população negra, mas também tem gerado intensos debates.

A data remete à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra contra a escravidão. Instituído inicialmente em algumas cidades e estados, o 20 de novembro ganhou espaço nos últimos anos como um momento de reflexão e luta pela igualdade racial.

Lúcia Santos, ativista do Movimento Negro Unificado (MNU), destacou a relevância da data. “20 de novembro marca a morte de Zumbi dos Palmares, um dos símbolos nacionais pela resistência à escravidão e o enfrentamento ao racismo. É um dia de reflexão contra o racismo e o preconceito e a busca pela inclusão, equidade e justiça social, uma data para celebrar a negritude da população brasileira”, afirmou ao G1.

Uma data de peso e de debate

Embora seja amplamente vista como um avanço na luta pela igualdade racial, a oficialização do feriado gerou polêmicas. Críticos apontam impactos econômicos e questionam a eficácia de medidas como essa para combater desigualdades.

Angel Moreira, empresário no Distrito Federal, expressou uma visão contrária ao feriado e às políticas afirmativas. Para ele, “comemorações como essa ou políticas sociais de cotas aumentam o abismo e não contribuem para igualdade entre brancos e negros. É preciso muito mais educação, para ensinar as pessoas sobre igualdade, do que políticas que enfatizam desigualdades.”

Por outro lado, defensores da data argumentam que o feriado é mais do que um dia de descanso. Ele carrega simbolismo e propõe uma pausa para a sociedade refletir sobre a herança da escravidão e o racismo estrutural ainda presente no país.

Comemorações em todo o Brasil

Em cidades como Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, o 20 de novembro é marcado por eventos culturais, debates e manifestações. Rodas de capoeira, shows de música afro-brasileira e palestras sobre a história dos quilombos são alguns exemplos.

Além disso, movimentos sociais aproveitam o momento para reforçar pautas de inclusão, como a ampliação do acesso à educação, saúde e trabalho para a população negra.

Além do feriado, os desafios

Especialistas e ativistas concordam que a oficialização do feriado é um avanço simbólico, mas ressaltam que o combate às desigualdades exige ações concretas e contínuas. A ampliação de políticas públicas, o fortalecimento da Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história afro-brasileira, e o enfrentamento ao racismo estrutural são apontados como passos essenciais.

O Dia da Consciência Negra, portanto, é um marco importante — e controverso. Entre celebrações e debates, ele revisita questões históricas e atuais, pedindo uma reflexão coletiva sobre como construir um país mais igualitário e justo para todos.

História Oculta: Controvérsias sobre Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares é amplamente reconhecido como um símbolo da resistência negra contra a escravidão no Brasil. No entanto, alguns historiadores apontam para aspectos controversos de sua liderança no Quilombo dos Palmares. Há indícios de que, além de abrigar escravizados fugitivos, o quilombo também teria mantido práticas de escravidão interna.

O jornalista Leandro Narloch, em seu livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, argumenta que Zumbi mantinha escravos no quilombo. Narloch sugere que, inserido em uma sociedade escravocrata, Zumbi poderia não ter defendido os ideais de liberdade e igualdade como os entendemos hoje.

Além disso, relatos históricos indicam que comunidades quilombolas, incluindo Palmares, realizavam incursões em fazendas e povoados próximos para capturar pessoas, inclusive negros livres, que eram então escravizadas ou incorporadas à força na comunidade. Essas práticas seriam uma forma de fortalecer a população do quilombo e garantir sua sobrevivência frente às constantes ameaças externas.

É importante notar que essas interpretações são objeto de debate entre historiadores. Enquanto alguns defendem que tais práticas eram comuns e necessárias para a manutenção das comunidades quilombolas, outros argumentam que essas narrativas podem ser influenciadas por fontes coloniais para deslegitimar a resistência negra.

Portanto, a figura de Zumbi dos Palmares é controversa. Reconhecer esses pontos de vista é essencial para uma compreensão mais profunda da história da resistência à escravidão no Brasil.

Matheus Fogaça

Matheus Fogaça, formado em Administração pela Puc – Go, com especialização em Marketing digital pela Plataforma Internacional com ênfase em Designer de mídias digitais, social media, vídeomaker e um curso de tráfego pago pela Publicar Marketing Digital. Tem MBA em Marketing digital e é formado em inteligência emocional, Desenvolvimento Pessoal e Coaching e Vendas pelo IBC, formado em Programação Neurolinguistica (PNL) e Life Coaching pela Plataforma Internacional, está em formação como teólogo pela Faculdade Teológica Betesda, Cristão e Empreendedor digital, construiu o Programa (A Mesa). Além disso é Diretor de Marketing e Comunicação da ACIEG Jovem e é escritor com 1 livro publicado. É Co-Fundador da Revista do Administrador, Sócio Fundador do Podcast Descomplica Adm, CEO da Fogaça Company e Sócio da NS Digital Marketing.
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