Autoescolas terão de garantir ao menos 60% de aprovação em exames de CNH para evitar punições do Detran, que busca elevar a qualidade da formação de condutores.
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) decidiu endurecer as regras para autoescolas com baixo desempenho no índice de aprovação de candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A partir de janeiro, instituições que não alcançarem uma taxa mínima de 60% de aprovação em exames teóricos e práticos poderão sofrer sanções, que incluem suspensão de credenciamento e fiscalização intensificada.
A medida faz parte de uma política de gestão do órgão para melhorar a qualidade do ensino nas autoescolas e garantir condutores mais bem preparados. Segundo o Detran, a proposta visa corrigir discrepâncias observadas em avaliações recentes, que apontaram altos índices de reprovação em parte das autoescolas do estado.
Especialistas ouvidos pelo órgão afirmam que a baixa qualificação de alguns instrutores e a má estrutura dos centros de formação têm impacto direto no desempenho dos candidatos. “Queremos combater a prática de ‘formar apenas para passar’ e focar na capacitação efetiva do motorista, pensando na segurança viária”, declarou um porta-voz do Detran.
Para as autoescolas, a mudança gera preocupação. Representantes do setor alegam que o índice de aprovação depende de fatores que vão além da formação oferecida, como o nervosismo dos candidatos ou as condições de realização dos exames. Ainda assim, a maioria reconhece a necessidade de melhorias, especialmente na padronização dos processos.
O Detran anunciou que também investirá em programas de capacitação e suporte técnico para as autoescolas, buscando elevar o nível do ensino sem prejudicar as empresas. A meta, segundo o órgão, é tornar a formação mais eficaz e, ao mesmo tempo, fortalecer a credibilidade do sistema de habilitação no estado.
A expectativa é que, com a nova regra, o setor reforce os critérios pedagógicos e adote práticas mais eficazes. Contudo, o impacto será acompanhado de perto, com relatórios trimestrais para medir os resultados e ajustar as políticas, caso necessário.