Lucas Provenza, fundador e CEO do Grupo Zelo, a maior empresa de serviços funerários do Brasil, iniciou sua carreira empreendedora aos 15 anos. Com espírito empreendedor desde jovem, ele começou com uma pequena fábrica de massas, especializada em capeletti. Depois, aventurou-se na produção de sorvetes, até ingressar no curso de economia.
Durante a faculdade, foi desafiado a realizar um estudo de viabilidade econômica para um cemitério, o que o aproximou do setor funerário pela primeira vez. Provenza acreditava que esse tipo de negócio era exclusivamente público e gerido por prefeituras, mas descobriu que era possível oferecer um serviço mais acessível e de melhor qualidade do que os cemitérios públicos.
Esse foi o primeiro passo para a criação do Grupo Zelo, que hoje conta com 3.100 funcionários e operações em 14 estados do Brasil. A empresa, além de administrar cemitérios, oferece planos funerários que já cobrem 4 milhões de pessoas. A maior parte da receita, que em 2023 foi de R$ 507 milhões e deve alcançar R$ 700 milhões em 2024, vem desses planos.
O crescimento da Zelo é impulsionado por aquisições e vitórias em licitações, como a que permitiu ao consórcio Consolare, do qual faz parte, pagar R$ 155 milhões para administrar seis cemitérios em São Paulo, incluindo o da Consolação, por 25 anos.
História do Grupo Zelo
Fundado em 2017, um ano após a regulamentação dos planos funerários no Brasil, o Grupo Zelo se beneficiou da segurança jurídica proporcionada por essa mudança. Provenza explica que a regulamentação atraiu investidores qualificados e forneceu uma base sólida para o crescimento da empresa.
Inicialmente, o foco foi oferecer serviços funerários acessíveis às classes C e D, utilizando o modelo de pagamento em carnês, comum na época, para tornar um serviço antes restrito às classes A e B mais acessível. A Zelo continua a oferecer planos funerários que cobrem até sete pessoas por uma mensalidade de R$ 70.
Além disso, a empresa administra 22 cemitérios em várias regiões do país e tem novos projetos em andamento. A qualidade do serviço prestado é um dos principais fatores que impulsionam o crescimento da empresa. Provenza menciona que, durante velórios, é comum que pessoas se interessem pelos planos da Zelo devido à qualidade do serviço.
Desafios e visão para o futuro
O setor funerário ainda enfrenta desafios, como o preconceito e a dificuldade de atrair profissionais qualificados. Provenza destaca que, apesar de ser um serviço essencial, o setor não é bem compreendido. Ele acredita que superar esses preconceitos é crucial para o crescimento e a melhoria do setor.
Curiosamente, a maior parte da receita da Zelo vem de pessoas vivas que pagam os planos funerários, enquanto os custos ocorrem com os serviços prestados após a morte dos clientes.
Outro desafio é a implementação de processos, tecnologias e governança. Provenza menciona que a empresa tem investido em consultorias, controle de precificação e outras práticas que são incomuns no setor.
Olhando para o futuro, Provenza planeja um crescimento sustentável, com foco em novas oportunidades de negócios que complementem as atividades principais da Zelo. Ele destaca que a pandemia foi um período desafiador para o setor funerário, sendo o pior ano para a empresa, que investiu em prevenção, telemedicina e benefícios para seus clientes.
Com uma visão clara e compromisso com a qualidade, Lucas Provenza transformou o Grupo Zelo em uma referência no Brasil, mostrando que o empreendedorismo pode florescer em qualquer setor – até mesmo no funerário. “O reconhecimento vem quando as pessoas precisam e recebem um bom atendimento”, conclui.