Comemorado em 28 de maio, o Dia do Ceramista reconhece não apenas o talento artesanal, mas também a importância da boa gestão para a sustentabilidade e competitividade desse setor tão estratégico para o país.
No dia 28 de maio, celebra-se o Dia do Ceramista, uma data que valoriza o trabalho dos profissionais que transformam barro, argila e minerais em arte, utensílios e materiais de construção. Mais do que uma prática milenar, a cerâmica é hoje um setor relevante da economia criativa e industrial brasileira, exigindo cada vez mais conhecimento técnico, inovação e principalmente, gestão eficaz.
O ceramista contemporâneo, especialmente aquele que atua no Brasil, precisa reunir habilidades artísticas, domínio de processos industriais e competências de gestão para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. Muitos desses profissionais estão à frente de pequenas e médias empresas ou ateliês artesanais, onde além de produzir, também gerenciam equipes, estoques, finanças, canais de venda e estratégias de marketing.
O setor cerâmico brasileiro é amplo e diversificado, englobando desde a produção artística artesanal até grandes indústrias voltadas para revestimentos, telhas, louças sanitárias e cerâmica técnica. Todos esses segmentos, apesar de suas diferenças, enfrentam desafios comuns relacionados à sustentabilidade, à inovação tecnológica, à gestão de recursos naturais e à profissionalização da cadeia produtiva.
Nesse contexto, a boa gestão se torna fator decisivo para o sucesso e a longevidade dos negócios. Planejamento financeiro, controle de insumos, precificação adequada, treinamento de equipe, eficiência energética e visão estratégica são elementos fundamentais para que o ceramista consiga crescer de forma sustentável e atender às exigências de um público cada vez mais consciente e exigente.
A sustentabilidade, aliás, é um dos grandes temas do setor. A indústria cerâmica é uma das que mais consome energia e recursos naturais. Por isso, gestores do setor têm buscado soluções para reaproveitamento de resíduos, utilização de fontes de energia renovável e processos de queima mais eficientes, reduzindo o impacto ambiental sem comprometer a qualidade dos produtos.
Outro aspecto relevante é a inovação tecnológica. Muitas cerâmicas artesanais vêm adotando tecnologias como impressoras 3D de argila, softwares de modelagem e queimas controladas digitalmente, modernizando seus processos e ampliando sua capacidade produtiva. Na gestão, ferramentas digitais ajudam no controle de vendas, no relacionamento com clientes e na divulgação dos produtos, especialmente através do e-commerce e das redes sociais.
É importante destacar que o ceramista não é apenas um produtor, mas um elo vital entre a cultura, a economia e a sociedade. Muitos trabalham em comunidades tradicionais, mantendo viva uma herança histórica, ao mesmo tempo em que geram emprego e renda. Em muitos municípios do interior, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste, a cerâmica é uma das principais fontes de subsistência e movimenta o comércio local.
Segundo entidades do setor, como a Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) e sindicatos regionais, é fundamental investir na capacitação dos ceramistas para que eles possam conciliar tradição com inovação e arte com gestão. Parcerias com o Sebrae, Senai e universidades têm oferecido cursos e consultorias voltadas ao aperfeiçoamento da gestão empresarial no setor cerâmico.
Apesar de seu enorme potencial, os ceramistas ainda enfrentam dificuldades estruturais, como o acesso limitado a crédito, burocracia para formalização, altos custos de produção e pouca visibilidade no mercado. O fortalecimento de políticas públicas e o apoio de instituições financeiras podem fazer a diferença na inclusão produtiva e na valorização da cerâmica como uma atividade estratégica.
O Dia do Ceramista, portanto, é uma oportunidade de homenagear esses profissionais que moldam com as mãos o presente e o futuro de um setor que alia arte, indústria, cultura e sustentabilidade. É também um chamado à reflexão sobre a necessidade de investir na profissionalização da gestão para transformar ateliês e pequenas oficinas em negócios viáveis, estruturados e duradouros.
Valorizar o ceramista é reconhecer que, por trás de cada peça de cerâmica — seja ela decorativa ou funcional — há uma cadeia de produção complexa, que precisa de incentivo, formação e visão empreendedora. É preciso enxergar a cerâmica não apenas como arte, mas como um negócio que pode crescer, inovar e contribuir de forma expressiva para a economia nacional.