Você está visualizando atualmente “Brasil e China serão parceiros incontornáveis”, afirma Lula a empresários e reforça gestão voltada à cooperação estratégica.

“Brasil e China serão parceiros incontornáveis”, afirma Lula a empresários e reforça gestão voltada à cooperação estratégica.

Presidente destaca importância de alianças econômicas estruturais com a China, sinalizando novo ciclo de planejamento, investimentos e diversificação produtiva.

Durante reunião com empresários nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “Brasil e China serão parceiros incontornáveis nas próximas décadas”, reforçando a importância da parceria estratégica entre os dois países. A declaração não é apenas política — ela reflete uma visão de gestão voltada para planejamento de longo prazo, inserção global inteligente e aproveitamento de sinergias econômicas entre as duas maiores potências do hemisfério sul e leste.

Lula tem adotado um discurso pragmático sobre relações internacionais, colocando a China como aliada central para a reindustrialização brasileira, avanço tecnológico e diversificação das exportações. A sinalização feita ao setor empresarial é clara: o governo pretende alinhar esforços públicos e privados para transformar a relação com os chineses em uma engrenagem sólida de desenvolvimento.

Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, responsável por mais de 30% das exportações nacionais, especialmente de commodities como soja, minério de ferro e petróleo. No entanto, a proposta agora vai além da balança comercial tradicional. A gestão de Lula quer ampliar o escopo da parceria para incluir investimentos em infraestrutura, energia verde, inovação e educação tecnológica.

Na reunião com empresários, Lula destacou que a nova fase da parceria com a China exige uma postura estratégica do setor produtivo brasileiro. “Não queremos ser apenas fornecedores de matéria-prima. Queremos atrair fábricas, centros de pesquisa, tecnologia e empregos qualificados para o Brasil”, afirmou o presidente, ao lado de ministros da área econômica.

Do ponto de vista da gestão pública, essa abordagem exige coordenação interministerial, ambiente regulatório estável e um plano de desenvolvimento que conecte interesses nacionais com oportunidades externas. A política industrial brasileira, hoje em revisão, deverá incorporar metas para aproveitamento de acordos bilaterais e atração de investimentos produtivos em setores como mobilidade elétrica, semicondutores e agroindústria de alto valor agregado.

Empresários presentes no encontro elogiaram a iniciativa e destacaram que, para que essa parceria gere frutos concretos, será preciso investir também em qualificação da mão de obra, infraestrutura logística e segurança jurídica para investimentos estrangeiros. A relação Brasil-China, nesse sentido, é vista como uma alavanca para modernizar o parque produtivo nacional.

Lula, por sua vez, reforçou que o Estado brasileiro terá papel indutor no processo, mas que o protagonismo precisa ser do setor privado. O modelo defendido é de parceria público-privada com metas de longo prazo, baseadas em planejamento setorial e regional, de forma a descentralizar os efeitos do crescimento e impulsionar polos de desenvolvimento em diversas regiões do país.

Na prática, o discurso do presidente representa uma guinada de gestão externa voltada para alianças estruturais, em contraste com abordagens mais ideológicas ou isolacionistas do passado recente. O Brasil quer ocupar um papel mais ativo no reposicionamento geopolítico global, aproveitando a relação com a China para atrair investimentos estratégicos e ganhar competitividade industrial.

Além do comércio, a relação entre os dois países deverá incluir cooperação em educação técnica, intercâmbio científico e projetos conjuntos de inovação, temas que já estão sendo negociados por ministérios como o da Educação, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio. Lula defende que o Brasil tem condições de ser uma plataforma produtiva de escala global se souber combinar os recursos naturais com tecnologia e capital.

Ao final do encontro, Lula concluiu que o futuro da economia brasileira passa por “parcerias que respeitam nossa soberania, mas ampliam nossa capacidade de crescer com inteligência, sustentabilidade e inclusão”. E, nesse novo cenário, a China é vista não como ameaça, mas como parceira inevitável — ou, nas palavras do próprio presidente, “incontornável”.

0 0 votos
Article Rating
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comments
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários