Em decisão histórica, o ministro do STF suspendeu quase R$ 7 bilhões em emendas parlamentares no fim de 2024, acusando falta de transparência nas indicações. O represamento das verbas se torna um ponto de tensão entre o governo e o Congresso.
No final de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu quase R$ 7 bilhões em emendas parlamentares, alegando que os recursos estavam sendo destinados sem critérios claros e sem a devida transparência. A decisão gerou um grande impacto nas esferas política e administrativa, especialmente diante de algumas das destinações mais controversas. Entre os projetos afetados estavam a construção de campos de futebol em cidades pequenas, pavimentação de estradas e até mesmo a compra de drones e lanchas para diversas regiões.
O cenário gerado pela suspensão das emendas trouxe à tona uma discussão mais ampla sobre os critérios para a destinação de recursos públicos e o uso da prática de emendas parlamentares como forma de angariar apoio político. Para muitos, o represamento dessas verbas por falta de clareza nas indicações revela a tensão crescente entre o governo e o Congresso. O ministro Moraes justificou sua decisão dizendo que a falta de transparência nas escolhas das emendas poderia ser prejudicial para a imagem do país e para a correta utilização do dinheiro público.
A medida gerou reações contrárias no Congresso, que criticou a suspensão como uma tentativa de enfraquecer o poder legislativo e limitar a autonomia dos parlamentares. No entanto, também foi visto por outros como uma tentativa de corrigir distorções no uso das emendas, que muitas vezes são apontadas como ferramentas de troca de favores políticos, com pouca ou nenhuma fiscalização sobre os destinos dos recursos.