Expansão de rotas e ajustes operacionais sustentam crescimento e desafiam gestão a manter qualidade com aumento da demanda.
A Motiva Aeroportos, concessionária responsável por terminais em diferentes regiões do Brasil, registrou aumento de 7% no número de passageiros no primeiro trimestre de 2025. O crescimento foi impulsionado principalmente pela inauguração de novas rotas aéreas regionais e pela recuperação gradual do turismo e das viagens corporativas.
O resultado reforça a tendência de retomada do setor aéreo, mas também coloca à prova a capacidade de gestão da companhia. Com mais voos, maior circulação de pessoas e ampliação da malha aérea, a eficiência operacional passa a ser essencial para manter a qualidade dos serviços oferecidos.
Segundo dados divulgados pela empresa, os aeroportos administrados pela Motiva movimentaram 5,3 milhões de passageiros entre janeiro e março. As rotas regionais responderam por grande parte da alta, com destaque para destinos do interior de São Paulo, Nordeste e Centro-Oeste.
Do ponto de vista da gestão, o desafio está em alinhar crescimento com desempenho operacional. Para isso, a Motiva investiu na reorganização de processos internos, contratação de equipes adicionais e modernização de sistemas de controle de embarque e segurança.
A companhia também intensificou o diálogo com companhias aéreas para ajustar horários e conexões, reduzindo gargalos nos horários de pico. A meta é evitar sobrecarga nos terminais e garantir fluidez em toda a jornada do passageiro.
Além da infraestrutura física, o foco da gestão está na experiência do usuário. Iniciativas como sinalização inteligente, painéis interativos e suporte digital nos terminais foram implantadas para facilitar o fluxo e reduzir o tempo de espera.
O bom desempenho nos primeiros meses do ano também se deve à retomada de eventos e ao avanço da vacinação em algumas regiões da América Latina, o que reaqueceu o turismo de lazer e negócios. A empresa espera crescimento contínuo ao longo do segundo semestre, especialmente nos feriados prolongados e férias escolares.
A expansão das rotas foi viabilizada por parcerias com companhias aéreas de médio porte, que apostam na aviação regional como forma de ocupar nichos ainda pouco explorados. A Motiva, por sua vez, adaptou terminais menores para suportar o novo fluxo, com investimento em segurança e atendimento.
A rentabilidade da operação, segundo analistas do setor, dependerá da capacidade da gestora em controlar custos fixos e variáveis diante do aumento da demanda. Manutenção, limpeza, segurança e energia elétrica são áreas sensíveis, que precisam de controle rigoroso para evitar perdas operacionais.
A Motiva também pretende ampliar os serviços comerciais nos terminais. Lojas, restaurantes, espaços de coworking e serviços digitais são vistos como fontes adicionais de receita e diferenciais competitivos. A diversificação da oferta faz parte da estratégia de longo prazo.
Em nota, a empresa afirmou que o crescimento de 7% reforça a confiança dos usuários e valida os investimentos realizados desde o início da concessão. A prioridade agora é manter o ritmo de expansão sem comprometer os indicadores de qualidade exigidos pelos órgãos reguladores.
O desempenho do trimestre mostra que a recuperação do setor aéreo está em curso, mas depende de uma gestão proativa, adaptável e centrada no passageiro. Para a Motiva, o desafio está lançado: crescer com eficiência e manter os terminais prontos para um novo ciclo de mobilidade e integração regional.
