Estratégias do governo incluem operações disfarçadas e cooperação com informantes.
As autoridades dos Estados Unidos utilizam uma combinação de operações disfarçadas, denúncias anônimas e monitoramento digital para localizar imigrantes em situação irregular no país. As táticas incluem o uso de anúncios falsos de emprego, armadilhas em eventos públicos e cooperação com empresas e cidadãos para obter informações.
A Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) é a principal responsável pelas investigações. Uma das estratégias envolve a criação de ofertas de trabalho fictícias para atrair candidatos sem documentos. Quando os imigrantes comparecem para a suposta entrevista, agentes realizam a identificação e possível detenção.
Outra abordagem frequente são as operações em locais estratégicos, como tribunais e postos de trabalho. Em alguns casos, a ICE recebe denúncias de empregadores ou vizinhos, facilitando a localização dos alvos. Redes sociais e registros eletrônicos também são ferramentas utilizadas para rastrear atividades suspeitas.
Casos recentes e polêmica
Nos últimos anos, diversas operações chamaram a atenção pela forma como foram conduzidas. Em 2020, um caso ganhou repercussão quando a ICE organizou um falso evento de recrutamento em Massachusetts, detendo dezenas de imigrantes. A estratégia gerou críticas de grupos de direitos humanos, que acusaram o governo de promover armadilhas desleais.
Além das operações diretas, o governo tem aumentado a pressão sobre empresas que empregam imigrantes sem documentos. Inspeções trabalhistas e auditorias fiscais são usadas para identificar irregularidades, levando a multas e até processos criminais contra empregadores.
A abordagem agressiva gera debates sobre direitos civis e os impactos da política migratória nos EUA. Especialistas apontam que as táticas podem aumentar o medo entre comunidades imigrantes, dificultando a integração e a denúncia de crimes.
Grupos de defesa dos imigrantes condenam a estratégia, argumentando que muitas pessoas detidas vivem há anos nos EUA e possuem família e emprego. “Essas operações só aumentam o sofrimento de comunidades inteiras”, disse um advogado da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).
Já setores mais conservadores defendem o endurecimento das ações. Políticos alinhados à política de imigração restritiva afirmam que a presença de imigrantes ilegais sobrecarrega serviços públicos e prejudica trabalhadores americanos.
O debate sobre imigração continua sendo um dos temas centrais na política dos EUA, com impacto direto nas eleições e na relação do país com nações vizinhas. Enquanto isso, as operações da ICE seguem como uma peça-chave no controle migratório do governo.
